Magalu

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Corpo de Domingos Montagner é liberado do IML em Aracaju.

Ele morreu após ser arrastado pelas águas do Rio São Francisco em SE.
Necropsia apontou morte por asfixia mecânica provocada por afogamento.


O corpo do ator Domingos Montagner foi retirado do Instituto Médico Legal de Sergipe (IML) por volta das 8h40 desta sexta-feira (16). Ele foi encaminhado para uma funerária, para ser preparado para o transporte aéreo, mas ainda não há confirmação oficial se ele será levado para o estado de São Paulo, onde morava com a família.

Montagner morreu na tarde da quinta-feira (15) após desaparecer nas águas do Rio São Francisco, onde foi arrastado pela correnteza. O ator tinha 54 anos e interpretava Santo em "Velho Chico", novela da TV Globo.
O corpo dele foi levado para um laboratório, onde será preparado com um procedimento de conservação chamado tanatopraxia. A depender da situação do corpo, o preparo pode demorar cerca de três horas.
“Além de todo o carinho, respeito e responsabilidade de sempre, teremos o cuidado em reduzir o número de funcionários no laboratório, para reforçar o sigilo, pois sabemos que casos de repercussão como este despertam a curiosidade”, afirmou Fernando Góes, proprietário da funerária.
O diretor do IML, José Aparecido Cardoso, informou por volta das 3h desta madrugada que o resultado da necropsia apontou que Montagner morreu por asfixia mecânica provocada por afogamento.
“Nós encontramos algumas lesões superficiais, e a causa da morte foi constatada por afogamento”, afirmou Cardoso. O laudo descartou que o ator tenha sentido algum mal-estar antes da tragédia. Ele deixa a mulher, Luciana Lima, e três filhos.
Segurança foi reforçada em frente a funerária para onde o corpo de Montagner foi levado.                                    Populares aguardavam a liberação do corpo de Domingos Montagner em frente ao IML em Aracaju.
Perfil
O ator paulistano começou sua carreira artística trabalhando no teatro e em circos. Ele atuou em 13 programas de TV, entre séries e novelas, além de nove filmes. Entre os papéis de destaque estão o Capitão Herculano Araújo de "Cordel Encantado" (2011) e o presidente Paulo Ventura de "O brado retumbante" (2012), seu primeiro protagonista.
Ele também chamou atenção como o Zyah de "Salve Jorge" (2012) e o João Miguel de "Sete Vidas (2015). Montagner contou, em seu site oficial, que iniciou sua carreira no teatro, através do curso de interpretação de Myriam Muniz, e no Circo Escola Picadeiro.
Em 1997, formou o Grupo La Mínima, com Fernando Sampaio. A Noite dos Palhaços Mudos, de 2008, lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Ator. Em 2003, criou o Circo Zanni, do qual foi diretor artístico.
O primeiro papel na TV foi no seriado "Mothern" (2006), do GNT, canal da TV por assinatura. A estreia na Globo foi também em seriados: "Força Tarefa", "A Cura" e "Divã". A primeira novela, "Cordel Encantado", foi em 2011. No ano seguinte, estreou no cinema, com uma participação no longa "Gonzaga - de Pai Pra Filho", de Breno Silveira.

Em entrevista a Ana Maria Braga no "Mais Você", exibida pela TV Globo no último dia 7 de setembro, Domingos falou sobre as cenas gravadas no Rio São Francisco. "Quando você chega no primeiro dia de gravação e dá um mergulho, está batizado para o resto da vida. O sertão é um lugar incrível e precisa ser conhecido", disse Montagner.



Relembre a trajetória de Domingos Montagner.

Relembre os momentos mais marcantes da trajetória de Domingos Montagner.

Divulgação/Globo
Após muitas horas de desespero e preocupação do público, o corpo de Domingos Montagner (1962 - 2016) foi encontrado em um trecho do Rio São Francisco, após o ator de 54 anos ter sido levado pela correnteza enquanto mergulhava. Ele estava acompanhado de Camila Pitanga, ao entrar no rio. Atualmente, ambos protagonizam a novela “Velho Chico”, na faixa das 21h da Rede Globo, como o casal Santo e Maria Teresa. Na galeria acima, relembre este e outros momentos importantes de sua trajetória.
Palhaço:Domingos começou sua carreira no circo, onde interpretava inúmeros palhaços diferentes. Um dos personagens criados por ele era Agenor, que fazia dupla com Paçoca, interpretado por Fernando Sampaio.
Força Tarefa”, 2010: Em seu primeiro trabalho na Rede Globo, Domingos interpretou o Cabo Moacy na série policial. Um papel pequeno, mas que já serviu para chamar a atenção do público para o rapaz.
Cordel Encantado”, 2011: Domingos interpretou o Capitão Herculano, personagem que começou a trama como vilão mas se tornou mocinho ao longo da história. Essa foi a primeira novela do ator.
“Brado Retumbante”, 2012: na série da Globo, o ator teve a oportunidade de interpretar um advogado que se torna o Presidente da República após o candidato eleito morrer em um acidente de avião. Na minissérie, ele foi casado com a personagem de Maria Fernanda Cândido.
“Romance Policial - Espinosa”, 2015: Domingos foi o protagonista da série policial do GNT, que ainda trazia Nanda Costa e Bianca Comparato no elenco.
“Um Namorado Para a Minha Mulher”, 2016: Ainda recentemente, o ator estreou um novo trabalho nos cinemas, contracenando ao lado de Ingrid Guimarães e Caco Ciocler no filme dirigido por Júlia Rezende.
Família: Domingos era casado com Luciana Lima, com quem tinha três filhos: Leo, Dante e Antonio.
“Velho Chico”, 2016: na trama de Benedito Ruy Barbosa o ator vivia o personagem principal, par romântico de Camila Pitanga. Foi a sua primeira novela como protagonista.
“Velho Chico” 2: em depoimento prestado à polícia, a atriz disse que tentou salvar o amigo da correnteza durante seu acidente, mas não obteve sucesso. 
“Salve Jorge”, 2012: foi na pele do turco Zyah que Domingos começou a mexer com o público feminino, graças ao triângulo amoroso protagonizado com os personagens de Cleo Pires e Tânia Khalill. 
“Divã”, 2011: na adaptação televisiva da obra de Martha Medeiros, Domingos fez par romântico com a personagem principal interpretada por Lílian Cabral.
“Gonzaga - De Pai Para Filho”, 2012: o ator também participou da cinebiografia de Gonzaga, na qual interpretou o Coronel Raimundo. 
“Joia Rara”, 2013: na trama das 18h, Domingos viveu Mundo, um homem que era apaixonado por Iolanda (Carolina Dieckmann), mas precisava lidar com o pai da moça e o ódio de seu rival, que tentava separá-los.


Domingos Montagner Morre após mergulho no Rio São Francisco.

Domingos Montagner morre aos 54 anos, após mergulho no Rio São Francisco.



















O ator interpretava Santo na novela “Velho Chico” (Divulgação/Globo)
Domingos Montagner, o Santo da novela global “Velho Chico”, foi encontrado morto aos 54 anos, na tarde desta quinta-feira (15). O ator se afogou no Rio São Francisco, na divisa dos estados de Alagoas e Sergipe, após um mergulho com a atriz Camila Pitanga, seu par romântico na trama. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros local. 
Segundo o jornal “Extra”, equipes de buscas encontraram o corpo a 18 metros de profundidade, preso às pedras, próximo à usina de Xingó, na região de Canindé de São Francisco. Camila conseguiu escapar da correnteza e tentou puxar o ator para as rochas, mas não conseguiu. Ambos estavam aproveitando a tarde de folga depois de terem gravado cenas da reta final da novela na parte da manhã.
A polícia local informou, primeiramente, o desaparecimento de Domingos por volta das 14h30. Camila chegou a avisar a produção de que ele tinha sido levado pela correnteza, e as buscas começaram imediatamente. A colega de elenco gritou muito e se desesperou ao não conseguir salvar o amigo. Helicópteros da Polícia Militar, Grupamento Tático Aéreo, Corpo de Bombeiros e pescadores ajudaram a encontrar o corpo do ator.
Domingos Montagner deixou três filhos, Léo, Dante e Antônio, e a mulher, a atriz e produtora Luciana Lima. O ator começou sua carreira trabalhando no teatro e em circos. Além de “Velho Chico”, ele já atuou em seriados como “Força Tarefa”, seu primeiro papel na Globo. Sua estreia nas novelas aconteceu em “Cordel Encantado”. 

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Por 59 votos a 21, Senado decide tornar Dilma ré em processo de impeachment.

Senado torna Dilma ré e processo de impeachment vai a julgamento.

O Senado aprovou, por 59 votos a 21, o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente afastada, Dilma Rousseff, na madrugada desta quarta-feira (10). Com isso, ela se torna ré e será submetida ao julgamento definitivo que decidirá se a petista cometeu crime de responsabilidade no cargo. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) não apresentou seu voto.
Esta será a terceira e última etapa do processo no Senado e vai decidir se Dilma perderá o cargo definitivamente ou será reconduzida à Presidência. As sessões de julgamento devem ser agendadas a partir do dia 23 de agosto.
O placar indica que há maioria suficiente para confirmar o afastamento de Dilma na última fase do julgamento. Serão necessários os votos de 54 senadores para tornar definitivo o impeachment.
Senado aprovou o prosseguimento do processo de impeachment de Dilma Rousseff
A votação que confirmou a continuidade do processo foi realizada ao fim de uma longa sessão no Senado - quase 17 horas -, iniciada na manhã dessa terça-feira (9), e comandada pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. A lei determina ao presidente do Supremo a condução das fases finais do processo.
A etapa concluída nesta madrugada é conhecida como "juízo de pronúncia" e equivale ao reconhecimento de que há provas suficientes para autorizar o julgamento da presidente. Mesmo julgada no processo de impeachment, Dilma não é ré perante a Justiça por não se tratar de crime comum.
A petista é acusada de ter cometido quatro crimes: a publicação de três decretos que ampliaram a previsão de gastos no Orçamento sem autorização do Congresso Nacional e pelas chamadas pedaladas fiscais no Plano Safra, programa de empréstimos rurais executado pelo Banco do Brasil.

Neymar não sabe o que é gol pela seleção há 11 meses e tenta reviravolta.

Ueslei Marcelino/Reuters
Neymar tenta evitar eliminação do Brasil na primeira fase da Olimpíada

Com 23 anos, Neymar já havia se tornado o quinto maior artilheiro de toda a história da seleção brasileira com 46 gols marcados. Os últimos meses do atacante com a camisa amarelinha, entretanto, invertem essa lógica, que será colocada à prova nesta quarta-feira, contra a Dinamarca, em Salvador.
O jejum particular do atacante é de sete jogos com a camisa da seleção, entre compromissos com a principal e as três partidas recentes pelo time Sub-23. Neymar não marca um gol desde 8 de setembro do ano passado, quando anotou no amistoso Brasil 4 x 1 Estados Unidos.
Se forem contabilizados somente jogos oficiais, o registro é ainda mais antigo: estreia na Copa América contra o Peru, em junho de 2015, em que Neymar fez o primeiro gol da vitória da então seleção de Dunga – ele ainda daria a assistência para Douglas Costa fazer o segundo naquela noite, no Chile.
Na Olimpíada, Neymar tem dado sinais de que a falta de gols mexe com ele. O atacante foi quem mais finalizou a gol na estreia contra a África do Sul e se dedicou pouco ao jogo coletivo. Algo que, no amistoso preparatório contra o Japão, já havia se evidenciado. Já diante do Iraque, o atacante buscou mais tabelas, arrancou menos com a bola e mesmo assim a equipe não funcionou. Ele, a rigor, foi bem menos perigoso que nas partidas anteriores.
A situação de jejum é absolutamente atípica para Neymar, que nunca passou tanto tempo sem fazer gols pela seleção. A escalada até os 46 gols alcançados no ano passado foi quase tão rápida quanto a de Pelé e fez com que ele deixasse jogadores históricos como Bebeto (39 gols), Rivaldo (34), Jairzinho (33), Ronaldinho (33), Ademir Menezes (32) e Tostão (32) para trás. 

BOULEVARD OLÍMPICO ATRAI MULTIDÕES

Praia de carioca, boulevard olímpico atrai multidões com saltos, voos e samba.

Boulevard Olímpico vira novo ponto turistico no Rio.














Turistas e moradores caminham na região.














Homem vendendo broches  no Boulevard, na praça Mauá.














Vendedor oferece fantasias para tursitas.














Com nariz de palhaço, mulher toca violino na praça Mauá.

Alguma coisa acontece no coração portuário do Rio. Uma não, várias. Num percurso de 3 km, é possível ter visões distintas do centro carioca: de ponta-cabeça ou nas alturas. Mais: de alegria, esperança e desespero.
O Boulevard Olímpico do Porto Maravilha é a maior vitrine olímpica da Rio-2016. E também de empresas.
A Skol colocou um balão panorâmico em frente à igreja da Candelária. Concorridíssima, a atração é um aperitivo de voo: são 15 minutos, num "cesto" com 25 pessoas, entre subir 150 m em linha reta, tirar umas fotos sobre a orla e descer. Passa longe da emoção de um voo de balão.
"Perdi um tempão até descobrir que não adianta ficar na fila", disse, desapontada, a empresária Carla Feitosa, 41, com o filho, Manuel, 2.
Não adianta. Para subir no balão, é preciso se inscrever pela internet. Já para saltar de bungee jump, é possível agendar, a partir das 10h, por ali mesmo. A ação de marketing pode receber cem pessoas por dia. Uma pulseira indica o horário do salto.
A galera jovem também alimenta filas atrás de um game de dança na Casa Coca-Cola, onde é possível tirar foto com a tocha, além de apreciar uma exposição sobre a Olimpíada.
O boulevard é uma iniciativa da prefeitura e de seis patrocinadores, mas ninguém quer falar de investimentos.
Ao mesmo tempo em que as pessoas desfrutam de um cardápio variado de atrações, uma pergunta orbita aquele universo festivo: será que ele irá sobreviver pós-Jogos?
"Isso aqui era um lugar abandonado, sujo, perigoso, que ninguém queria nem saber de olhar", conta o aposentado Moisés Ferraz, com a experiência acumulada em 93 anos. "Nós não podemos abandoná-lo depois da festa", frisa, com o suor escorrendo pelo rosto, lamentando a falta de sombra no local.
Nestes dias de Jogos, o Boulevard tem recebido cerca de 80 mil pessoas por dia.
Espalhados, seis telões transmitem os jogos. Diariamente, há shows de música em três palcos. Um deles promove encontros de astros da MPB. "É um ambiente seguro, onde é possível fazer um passeio pela diversidade musical do Brasil: do rock ao maracatu", elogia Luiz Moreaux, 43, músico. Desde terça, o caldeirão sonoro engrossou: blocos e escolas de samba se encontram na praça 15, botando o mundo para sambar.
Torcedores ingleses gritam por Jia Liu, Austríaca do tenis de Mesa.
Um dos espaços mais disputados para selfies é a chamada "pira do povo". Criada pelo americano Anthony Howe, famoso pelos trabalhos que se movem ao sabor do vento, a estrutura cinética compõe o cenário da pira olímpica, que ficará ao lado da igreja da Candelária até o encerramento dos Jogos.
"Está linda, como toda a maquiagem que aplicaram no Rio para turista ver", ironiza a assistente social Cleide Martins, 39. "Tomara que não seja mais um balão de ensaio. Que a grana toda que gastaram deixe algum legado", diz.
Com chapéu na cabeça e usando camisa de manga longa, o filipino Asmui Fnu, 43, pingava suor, após percorrer o mural Etnias, homenagem aos cinco continentes, do artista Eduardo Kobra, que mede 2.500 m². Depois, foi conferir as fotos do francês JR, para o projeto Inside Out, que registra rostos de pessoas que vieram para a Olimpíada.
Parou, então, em um dos 50 food trucks, onde recompôs a energia com um hambúrguer. A dez passos dali, buscou uma bebida, que só se encontra nos stands de patrocinadoras. Aí a coisa azedou. "Cadê o banheiro?"
Um policial militar, que costuma usar o toalete de um estacionamento na região, apontou para o outro lado do painel. Ao refazer o trajeto, Fnu teve mais uma surpresa: o banheiro estava fechado. Faltou luz, problema que os organizadores dizem ter solucionado. Após queixas, informam que aumentaram em 20% o número de banheiros.
Paulo Eduardo Costa, 19, coordenador de eventos, depois de tomar quatro garrafinhas de água, segurava a onda, quando quase perdeu a concentração. Caminhando ao lado da ilha das Cobras, foi surpreendido: nas águas poluídas da baía de Guanabara, peixes saltavam em série, descrevendo um sincronizado balé aquático.
Encantado com a cena bucólica e relaxante, quase esvaziou a bexiga ali mesmo.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Patagônia e suas belezas

Geleiras penduradas no alto de montanhas, desconexão e contato com uma natureza digna de contos de fadas são atrativos da região de Aysén.

A menos de três horas de avião de Santiago, no Chile, entre a região dos lagos e a área mais próxima da Terra do Fogo, numa Patagônia ainda pouco conhecida, a vegetação cresce livremente por bosques com árvores centenárias, geleiras se penduram em montanhas desafiando a lógica e corredores de água salgada se protegem da fúria do mar em fiordes onde reina o silêncio. Assim é Aysén, uma das parcelas patagônicas menos desbravadas pelos turistas. Mas, nem por isso, menos surpreendentemente bela.
Ventisqueto colgante, a inacreditável geleira pendurada no topo da montanha é a principal atração da região. Foto: Juliana Bianchi
Na primavera, a geleira tem cerca de 200 m. Altura que pode aumentar muito no inverno . Foto: Juliana Bianchi
Imagem da geleira cobrindo toda a região da Laguna Témpanos, na década de 1940. Foto: Juliana Bianchi
O ventisquero visto de um dos pontos do Parque Nacional de Queulat. Foto: Divulgação/ Puyuhuapi Lodge & Spa
Para chegar ao ventisquero, aventura na ponte pênsil. Foto: Divulgação/ Puyuhuapi Lodge & Spa
A paisagem surpreendente da Carretera Austral. Foto: Juliana Bianchi
Motoqueiros e ciclistas são figuras constantes na Carretera. Foto: Juliana Bianchi
Feirinha de artesanato no centro de Coyhaique. Foto: Juliana Bianchi
Assado de cordeiro, prato típico da região. Não deixe de adicionar uma pitada de merkén (tempero a base de aji vermelho). Foto: Juliana Bianchi
Brinde à natureza com uma taça de Calafate sauer (fruta local semelhante à blueberry). Foto: Juliana Bianchi
Restaurante Ruibarbo, em Coyhaique. Foto: Juliana Bianchi
Restaurante Histórico Ricer, no centro de Coyhaique. Foto: Juliana Bianchi
Cascata La Virgen (de onde se pode ver a Pedra do Índio). Foto: Juliana Bianchi
Vista do rio Simpson, ao largo da Carretera Austral. Foto: Juliana Bianchi
Pedra do Índio, formação rochosa que lembra o perfil de um índio esculpido. Foto: Juliana Bianchi
A Carretera na altura do Lago Las Torres . Foto: Juliana Bianchi
Lago Las Torres. Foto: Juliana Bianchi
A beleza do Bosque Encantado. Foto: Divulgação/ Puyuhuapi Lodge & Spa
Minirreinos vegetais a cada canto do Bosque Encantado. Foto: Juliana Bianchi
O guia Claudio Morales explica as diferentes plantas encontradas na vegetação local. Foto: Juliana Bianchi
Bosque encantado. Foto: Juliana Bianchi
A visão da mata verde e os picos nevados no mesmo quadro . Foto: Juliana Bianchi
Tomar a mais pura água vinda da geleira é experiência única. Foto: Juliana Bianchi
A visão da mata verde e os picos nevados no mesmo quadro. Foto: Juliana Bianchi
A visão da mata verde e os picos nevados no mesmo quadro. Foto: Juliana Bianchi
A 900 metros de altura, após o bosque Encantado está a Laguna Los Gnomos e o Ventisquero Pudu. Foto: Juliana Bianchi
Puyuhuapi Lodge & Spa, um refúgio isolado no fiorde, com o máximo de conforto para recuperar as energias. Foto: Juliana Bianchi
Aberto também para não-hóspedes, o spa e piscinas termais do hotel podem ser utilizadas mediante pacotes diários. Foto: Divulgação/ Puyuhuapi Lodge & Spa
As águas termais chegam à superfície a 50º C. Foto: Juliana Bianchi
Passeios de caiaque no fiorde e nos lagos, trekking e pesca são atividades comuns na região. Foto: Divulgação/ Puyuhuapi Lodge & Spa
Na fábrica de tapetes, em Puyuhuapi, também é possível comprar cervejas artesanais. Foto: Juliana Bianchi
As lãs são tingidas no local, de acordo com os diferentes desenhos de tapete. Foto: Juliana Bianchi
A paisagem surpreendente da Carretera Austral. Foto: Juliana Bianchi
A paisagem surpreendente da Carretera Austral. Foto: Juliana Bianchi
A paisagem surpreendente da Carretera Austral. Foto: Juliana Bianchi
O povoado de Mañihuales, onde o sinal de celular se perde de vez. Foto: Juliana Bianchi
Os picos gelados da Cordilheira dos Andes na região de Aysén. Foto: Juliana Bianchi
Espremida entre a Cordilheira dos Andes e uma dezena de ilhas que precedem o oceano Pacífico, a região pode ser acessada por ar, a partir do aeroporto de Balmaceda (a uma hora de Coyhaique) ou por terra, pegando a Carretera Austral, estrada de 1.200 quilômetros que liga Puerto Montt a Villa O'Higgins. Ao longo dela, paisagens deslumbrantes combinam vales verdejantes com gado e ovelhas pastando ao longe, picos de neve eterna, corredeiras, lagos, cachoeiras e cascatas formadas por água de geleira. Um convite constante a pausas, fotos e desvios. Afinal, é preciso desbravar os mistérios e surpresas das 12 reservas naturais e dos quatro Parques Nacionais que compõem 50% do território.
Por ser um ponto central e também a maior cidade da região (não se empolgue, são apenas 60 mil habitantes), Coyhaique é o ponto de partida ideal. Aproveite para trocar dinheiro, alugar um carro e esticar as pernas caminhando pela feirinha de artesanatos. Para quem vem de longe. Este é o lugar perfeito para passar uma noite antes de seguir em frente.<br /><br /><strong>Veja o caminho que leva ao Ventisquero Colgante, na Patagônia chilena.
Na hora de comer, brinde à natureza com uma taça de Calafate sauer (fruta local semelhante à blueberry) e sirva-se com o primeiro assado de cordeiro da viagem, com um toque de merkén (tempero feito com pimenta vermelha desidratada e defumada). Os restaurantes são boas pedidas.
Hora de pegar a estrada. Siga pela Carretera Austral rumo à tranquila cidade de Puyuhuapi, mais ao Norte. Até lá, são quatro horas de carro, mas não se assuste com a distância. Ela será facilmente amenizada pela paisagem, que pede pausas contemplativas ao longo do rio Simpson e paradas obrigatórias na Cascata La Virgen (de onde se pode ver a Pedra do Índio), na deserta Villa de Mañihuales (onde o sinal de celular se perde de vez), no Lago Las Torres, no mirante do Vale do Rio Cisnes e na Piedra del Gato.
Depois de caminhar pelos bosques e geleiras, mergulhe nas piscinas com águas termais.
Próximo ao Parque Nacional de Queulat, o asfalto desaparece (apenas 20% da Carretera é pavimentada), dando espaço aos cascalhos de rocha que reforçam o clima de aventura. É nesse trecho em que ficam as principais atrações do pedaço: o Bosque Encantado e o Ventisquero Colgante (inacreditável geleira pendurada no topo de uma montanha).
Dentro do parque (cuja entrada custa 4 mil pesos chilenos), o acesso ao Ventisquero é tranquilo. Com uma caminhada de 600 metros ao longo da corredeira (com direito a ponte pênsil), chega-se à Laguna Témpanos, de onde se pode ver com clareza a grandiosidade da natureza. No recorte de um dos picos gelados, uma geleira de cerca de 200 metros de altura dá origem a uma queda d’água de 560 metros que mergulha no lago translúcido. Não há como não congelar de emoção, tentando captar tamanha beleza inusitada.
A área de preservação ainda reserva outras trilhas (com graus de dificuldade variados), que permitem ver a geleira “pendurada” (e outras) de diferentes ângulos. A principal delas, com entrada pela Carretera, é a do Bosque Encantado, onde a vegetação centenária reserva uma paleta infinita de verdes, texturas e folhas, que formam cenários dignos do nome. De verdade.
O caminho de 2.500 quilômetros até a Laguna Los Gnomos e o Ventisquero Pudu, a 900 metros de altura, não é fácil, com subidas pesadas, rochas escorregadias e lama (a galocha é obrigatória, principalmente nos dias de chuva. O que significa quase sempre). Mas cada escorregão e dor muscular valem a experiência única de atravessar o rio formado pela geleira derretida, matar a sede com a água mais pura que você já provou e enlouquecer com visão da mata verde e os picos nevados no mesmo quadro.
Nos dois casos, verifique a condição climática antes de dar início às trilhas. Como a região costuma ter as quatro estações em um único dia, é importante calcular bem o horário da caminhada para não chegar ao topo com neblina, o que prejudica a vista. E não estranhe se não encontrar mais ninguém no caminho, principalmente fora da alta temporada (de novembro a fevereiro). Ainda pouco divulgado, o parque recebe, média, apenas 16 mil visitantes ao ano.
Para amenizar os esforços, não abra mão de um longo mergulho nas piscinas e banheiras de hidromassagens com águas termais, que chegam à superfície a até 50ºC nas Termas del Ventisquero, colada à cidade de Puyuhuapi, ou no Puyuhuapi Lodge e Spa, sem dúvida o melhor hotel da região.
Outra opção charmosa de hospedagem no centro, mas sem piscinas ou grandes mordomias, é a Casa Ludwig. Tombada como monumento histórico em 2011, o Bed and Breakfast construído em madeira em 1957 (a cidade foi fundada por imigrantes alemães em 1935), tem diárias a partir de 18 mil pesos chilenos e acomoda até 20 pessoas.
No verão, quando a vila de pescadores recebe até 5 mil visitantes, é comum encontrar grupos de ciclistas percorrendo a estrada, caiaques colorindo as águas dos lagos, e barcos com pescadores amadores nas proximidades das fazendas de salmão instaladas nos fiordes. Passeios e equipamentos também podem ser encontrados na agência Experiência Austral.
Para quem quiser levar uma lembrança além das fotos, é possível investir na cerveja artesanal Hopperdietzel, ou encomendar um tapete de lã de ovelha feito manualmente (US$ 360 o metro quadrado), na fábrica local.
(*)A jornalista viajou a convite da Secretaria de Turismo do Chile e do grupo LATAM Airlines
(*)O Grupo LATAM tem voos diários do Brasil a Balmaceda, com saídas de São Paulo e Rio de Janeiro, e escala em Santiago do Chile.



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