A apresentadora do GNT, em sua primeira experiência como atriz, encara o desafio de ficar nua e perder seu pudor diante da plateia. Em entrevista, ela fala sobre a reação do marido e sentencia: “Sou totalmente diferente da personagem, sou super careta”
“Você vai ter coragem de fazer isso?” Talvez e
sta seja uma das perguntas mais frequentes feitas à modelo, apresentadora e agora atriz Diana Bouth . Aos 14 anos, ela foi morar no Japão sozinha e tentar a carreira diantes das câmeras. Quando voltou, acabou seguindo um caminho pouco convencional para as garotas da época: ser apresentadora de um programa esportivo, sobre surfe. “Havia várias mulheres bonitas, mas eu realmente gostava do esporte, sabia do que estava falando. Tinha um pouco de preconceito no começo, mas foi quebrado. Fui pioneira", relembra ela em entrevista nos bastidores da peça "O Casamento", em cartaz no Teatro Tuca, em São Paulo .
O trabalho, aliás, surgiu como um desafio maior ainda em sua vida. Ao encarar Glorinha, personagem de um dos textos mais polêmicos de Nelson Rodrigues , Diana aceitou ficar nua no palco e protagonizar cenas ousadas que, segundo a própria, "deixam o público sem ar".
Além do fato de ser sua primeira experiência como atriz, Diana teve a árdua missão de substituir Deborah Secco , que desistiu de interpretar a personagem poucos dias antes da peça estrear. “Foi o esporte mais radical da minha vida. Tive que a aprender a surfar em 20 dias. Tive que aprender a apanhar, a beijar, a chorar no palco. É como se estivesse pegando aquela onda do Tahiti, a onde gigante”, conta ela, fazendo uma metáfora com o esporte que permeia sua vida.
Isso porque, foi também entre uma onda e outra, que ela encontrou o grande amor de sua vida, o surfista Simão Romão , "cinco anos mais novo e favelado", como ela mesma diz, sem nenhum preconceito. ”Quando eu o conheci, ele tinha 14 anos e ficamos amigos. Aos 19 anos, nós dois estávamos solteiros e ele já era um homem. Não víamos muitas possibilidades, e não colocamos máscaras, não fizemos o jogo da sedução. Simplesmente deu certo. “Ele é uma pessoa de muita garra. Quando começamos a namorar, ele já ganhava três vezes mais do que eu, e tinha levado a família para morar na zona sul. Pensava eu: 'se ele ganha tudo isso com 19, imagina aos 30?'”.
Os anos se passaram, e Diana resolveu deixar o SPORTV para se aventurar pelo público feminino do GNT. “Sou uma pessoa de muita sorte. Minha vida pessoal sempre esteve ao lado da profissional". Ela justifica a declaração dizendo que, graças à mudança de canal, não viveu a "crise dos 30 anos". "Tive a ajuda deles para amadurecer, para me vestir, para mudar”, diz a apresentadora, que teve a feliz coincidência de comandar o programa “Mães e Cia” pouco tempo depois do nascimento de Pedro , seu único filho com Simão.
Sobre o casamento com um homem do mar, ela é mais do que sincera: “Namorar surfista é ótimo porque ele é saradinho, malhadinho, salgadinho e porque ele sempre está em uma vibe boa, parece que ele deixa o lado negativo no mar. Mas é ruim porque a prancha vem em primeiro lugar e também pela ausência”. Diana diz que chega a ficar um longo tempo sem vê-lo por conta das competições pelo mundo.

Mas, se por um lado Simão é uma pessoa tranquila, por outro se mostra um pouco ciumento: “Ele não viu a peça e nem vai ver. Ele me dá todo o apoio, mas prefere não ir para não criar coisas na cabeça”, conta Diana, lembrando que como uma boa peça rodriguiana, imagens fortes não faltam no espetáculo.
Além disso, apesar de defender a técnica, Diana diz que tentou fazer a cena de sexo com diversos tipos de tapa-sexo, "mas nenhum dava certo". "Até que me convenci que era melhor fazer sem nada.” Mas então, porque fazer uma peça desta logo de estreia? “Eu sempre digo que um cavalo não passa selado duas vezes. Minha agenda deu certo, tinha possibilidade do tempo e ainda fui convidada para fazer um personagem tão forte, com uma equipe maravilhosa, em um teatro (TUCA) lindo. Como poderia dizer não?”, explica a atriz.
Durante o bate-papo, Diana responde tudo com tranquilidade, sem parecer se preocupar muito com formas corretas de dizer isso ou aquilo. Se pensarmos em estereótipos, é realmente uma entrevista com a mulher de um surfista, em que tudo parece estar muito bom, e o mais importante é agradecer sempre pelas oportunidades. E até por ter esse jeito descompromissado, ao longo de toda conversa a clássica frase “não quero falar sobre isso” aparece apenas uma vez, quando é questionada sobre o seu amado Palmeiras, que não passa por uma fase muito boa. “Eu sempre fui palmeirense fanática. OBranco (Mello , integrante do Titãs, padrasto de Diana) me levou ao estádio pela primeira vez aos 7 anos. Desde então sou vidrada pelo time. Quando eu morava no Japão, minha mãe tinha que me passar por fax os resultados e as principais jogadas do time. Me lembro uma vez de chegar o papel em casa que contava que o Roberto Carlos tinha feito um gol do meio de campo. Eu era apaixonada por ele”, relembra ela, que conta ainda que seu filho botafoguense aprendeu com o pai o hino do Corinthians “só para sacanear” a mãe.
Já a vida em família é um ponto que Diana gosta de falar. Entre um pergunta e outra, ela cita experiências envolvendo o filho e Simão, que interrompe a entrevista com um telefonema. Diana, que divide a mesma página de Facebook com ele, atende toda feliz com um amoroso “Oi, marido”. “Sou uma mãe de família, casada há oito anos, monogamérrima, apaixonada”, garante.
Quando questionada se é uma pessoa liberal sexualmente, como sua personagens na peça, ela diz ser completamente diferente. “Sou super careta. Nunca fiz ménage à trois, por exemplo. Nunca cheguei perto das aventuras de Glorinha. Isso é o mais legal disso tudo. Ligar este botão do personagem, que é estranho a mim.”